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Dinheiro do FGTS pode gerar negócios

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A arquiteta paulista Alessandra Cardoso, de 35 anos, desempregada há um, só espera a liberação dos R$ 30 mil que tem em uma conta inativa do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para se tornar microempresária. A aposta dela é a Quinta Valentina, uma franquia de venda direta de sapatos femininos criada em 2009. O investimento é de R$ 20 mil.

A franquia fornece todo o material: expositor, estoque, publicidade. Melhor: não exige que o franqueado tenha loja física e ainda permite a flexibilidade da jornada de trabalho – um requisito fundamental para a arquiteta, mãe de um recém-nascido. O retorno esperado no começo é de R$ 2 mil a R$ 3 mil por mês. “Sempre tive o sonho de ser empreendedora do varejo”, diz Alessandra Cardoso.

As redes de franquias contam com o dinheiro do FGTS para animar os negócios. São 49,6 milhões de contas inativas. Elas vão beneficiar, de acordo com a Caixa Econômica Federal, mais de 30 milhões de trabalhadores. Cerca de 90% têm saldo até R$ 3 mil – pouco para aplicar em uma franquia, que exige investimento a partir de R$ 80 mil, mas suficiente para uma microfranquia, em que a aplicação máxima é de R$ 80 mil.

Outros 7,6% das contas inativas variam de R$ 3.001,00 a R$ 10 mil. Pouco menos de 2% estão na faixa entre R$ 10.001,00 a R$ 50 mil – o que já permitiria o investimento mínimo em duas das marcas listadas no ranking das 50 maiores marcas de franquias e microfranquias da Associação Brasileira de Franchising (ABF): Cacau Show, do segmento de alimentação, e Kumon, da área educacional. Quase 100 mil trabalhadores (0,2%) vão resgatar acima de R$ 50.001,00. Contas inativas de maior valor vão ajudar três candidatos já pré-contratados a complementar o aporte de capital próprio e investimentos bancários nos R$ 190 mil necessários para abrir quiosques da Megamatte, do setor de alimentação.

“Apostar em um negócio próprio respaldado por uma marca já conhecida é uma boa alternativa para quem quer se livrar do desemprego”, diz Danyelle Van Straten, diretora regional da ABF e presidente da rede de depilação Depyl Action, do setor de beleza.

“Investir em franchising exige aptidão para o empreendedorismo. Se o franqueado não tiver isso na veia é melhor voltar a ser assalariado”, afirma Julio Monteiro, professor de gestão de franquias da Fundação Getulio Vargas do Rio de Janeiro (FGV -Rio) e presidente da Megamatte. A advogada Marina Nascimbem Bechtejew Richter, especialista em franquias do escritório NB Advogados, alerta que franquia não é um investimento qualquer. “Tem que trabalhar.”

Para quem ainda não decidiu o que fazer com o dinheiro da conta inativa, o portal da ABF oferece sugestões de franquias e microfranquias em nove faixas de investimento, de R$ 3 mil a R$ 25 mil até mais de R$ 750 mil. A Mr. Kids, microfranquia de máquinas de brinquedos e doces, oferece oportunidade para quem tem R$ 18,7 mil. A aplicação pode ser parcelada. “A iniciativa é para que os nossos novos franqueados ganhem fôlego nos primeiros meses de operação, já que as pessoas estão ávidas por um novo negócio”, afirma Antonio Chiarizzi, diretor da Mr. Kids.

“Focamos no perfil de investidor que busca as microfranquias, mais acessíveis a quem tem dinheiro em conta inativa do FGTS”, diz Danielle Denys, gerente de marketing da Acerte Franchising, rede de franquias das marcas Quality Lavanderia, Prima Clean Lavanderia Express e Linha e Bainha Costuras.

A Gigatron Franchising, da área de serviços em tecnologia fundada em 1998, em Birigui, no interior de São Paulo, está preparada para um aumento de até 40% no número de candidatos. Para estimular a procura de empreendedores, a marca promove ações de e-mail marketing. A NTW Contabilidade, rede de franquia contábil que atua em 19 Estados, está com campanha nas mídias sociais para atrair franqueados que pretendem usar os recursos do FGTS.

De olho nos trabalhadores que vão resgatar valores mais altos, o Espetto Carioca, rede de franquias de alimentos que cresceu 56% em 2016, prepara divulgação da marca nas redes sociais e também em eventos gastronômicos para atrair clientes para um novo modelo de negócio: o de lojas contêiner. A opção em instalações de cerca de 30 m² tem investimento inicial de R$ 160 mil. A expectativa é que o formato corresponda a 23% do faturamento da rede no fim deste ano.

Fonte: Valor Econômico

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